“A Marcha das Margaridas é o lugar onde nós fazemos nossas reivindicações e lutamos por nossos direitos”, afirmou Maria Cilma Oliveira, representante da juventude do Médio Mearim e diretora da Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema), que participou pela segunda vez da Marcha das Margaridas, no dia 14 de agosto, em Brasília.
A delegação do Maranhão que foi à marcha em Brasília, do qual diretores e sócios e sócias da Assema fizeram parte, foi a maior do país com cerca de quatro mil pessoas. A Marcha reuniu um total de cerca de 100 mil mulheres do campo, da floresta e das águas dos quatro cantos do Brasil e de outros 26 países. Os homens também estiveram presentes em apoio às mulheres, entre eles, o diretor geral da Assema, Francisco Germano.
A VI Marcha das Margaridas, a maior manifestação popular da América Latina, teve como lema a “luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”. “A Assema, assim como as mulheres e a juventude, buscamos nossos direitos como alimentação saudável e segura, o direito de viver com igualda e de viver sem violência no campo”, ressalta Maria Cilma.
Ao participar pelo segundo ano da Marcha, a jovem Ana Cleuma, sócia e ex-diretora da Assema, disse ter sido muito gratificante marchar neste grande espaço de mobilização das mulheres. “No contexto atual em que estamos perdendo direitos já conquistados pelas Margaridas, é importante lutarmos para trazer estes direitos de volta, por uma educação do campo de qualidade, por saúde e por mais oportunidades para a juventude do campo. Foi um momento muito significativo e saio da Marcha das Margaridas ainda mais fortalecida e comprometida para lutar com as mulheres e jovens do nosso estado”, afirmou Ana Cleuma.
Na pauta de reivindicação das Margaridas, está um projeto de desenvolvimento com inclusão social, soberania, igualdade, oportunidades para todas e todos. Elas também debateram questões específicas enfrentadas pelas mulheres rurais como os diversos tipos de violência, o preconceito, a falta de reconhecimento do trabalho produtivo e doméstico, entre outros.
A Marcha das Margaridas é realizada desde o ano de 2000. O mês de agosto foi escolhido para realizar a Marcha, por ter sido neste mês, precisamente, no dia 12 de agosto de 1983, que ocorreu o brutal assassinato da trabalhadora rural Margarida Maria Alves (1943 –1983), na Paraíba.