processo de moagem do floco de babaçu para transformação da farinha de mesocarpo
O conhecimento tradicional que deu origem a um alimento de alto valor nutritivo, a farinha de mesocarpo, extraída a partir da entrecasca do coco babaçu. Uma descoberta das quebradeiras de coco babaçu muito utilizado na culinária maranhense, também passou a ser ingrediente natural para a indústria de cosméticos.
A Coopaesp, Cooperativa de Produtores Agroextrativistas de Esperantinópolis, uma das grandes produtoras de farinha de mesocarpo da região do Médio Mearim do Maranhão, este ano produzirá cerca de 11 toneladas do produto, dos quais nove toneladas visam atender à indústria da beleza.
A produção deste ano é mais do que o dobro do volume produzido no ano de 2018, que foi de pouco mais de cinco toneladas. Entre os clientes da Coopaesp estão a Natura e a Atina Ativos Naturais, empresa que trabalha com ingredientes naturais. “Este ano nós retomamos as negociações com a Atina que também trabalha na linha de cosméticos”, diz o técnico em comercialização, Ricardo Araújo, técnico do Programa de Comercialização Solidária da Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema).
Produto de base agroextrativista e agroecológica, a produção da farinha inicia com a coleta do fruto da palmeira pelas quebradeiras de coco babaçu do município de Esperantinópolis/MA, onde a Assema desenvolve projetos de fortalecimento da atividade do agroextrativismo e manejo dos babaçuais, com apoio do Fundo Amazônia.
Depois de coletado, o coco é levado para as unidades de produção de extração do mesocarpo (ou floco do babaçu), uma massa eu que fica entre o epicarpo (a camada externa) e o endocarpo (uma camada mais resistente que envolve a amêndoa). “O floco do babaçu é um dos produtos principais do babaçu, pois tem mais valor no mercado”, conta a quebradeira de coco, sócia e fundadora da Coopaesp, Maria José Castro Rodrigues, a Zuza como é conhecida.
Para facilitar a produção da farinha, a Cooperativa instalou pequenas unidades produtivas de extração do floco, a matéria-prima que dá origem à farinha de mesocarpo. A cooperativa possui cinco núcleos de extração do floco do babaçu nas comunidades que são Giquiri, Palmeiral, Coroatá, Lagoinha e Serra do Aristóteles. O floco é transportado até a fábrica, na sede do município, onde triturado e transformado na farinha do mesocarpo de babaçu.
O produto é embalado e comercializado nos mercados regional como Pedreiras e São Luís (capital maranhense), na sede da Coppalj em Lago do Junco e também nas feiras da agricultura familiar que acontecem mensalmente em diversos municípios da região do médio mearim, além de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás”, conta o gerente da fábrica da Coopaesp, Márcio Moreira de Sousa.
Na culinária, o mesocarpo é utilizado para fazer mingaus, pudim, bolos, pães, biscoitos, entre outras receitas. Produto sem agrotóxico, a farinha é rica em vitaminas e sais minerais e não contem glúten.
Em 2016, a Coopaesp passou a incorporar um novo produto, aumentando assim o seu portfólio. A cooperativa comercializa também folhas de jaborandi, planta comum na região, que tem como destino a indústria farmacêutica.