Na semana em que se comemorou o Dia Nacional do Cerrado, povos e comunidades tradicionais, entre quebradeiras de coco babaçu do Maranhão, agricultores e agricultoras familiares e organizações como Assema e Miqcb, formaram uma grande rede de mobilização para discutir estratégias de defesa do bioma, presente em 12 estados brasileiros. A atividade fez parte do IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, ocorrido de 11 a 14 de setembro em Brasília.
Além des oficinas e seminários, a programação do evento também contou com uma feira de exposição e comercialização de produtos dos povos e comunidades tradicionais do cerrado. mostrando toda a riqueza e biodiversidade do bioma.
Entre os produtos comercializados na feira, estavam os produzidos a partir do babaçu por cooperativas e associações que integram a Associação em Áreas de Assentamentos no Estado do Maranhão (Assema). São produtos da marca: “Babaçu Livre”, uma alusão a décadas luta e resistência pela preservação e acesso as florestas de babaçuais. “Trouxemos para a feira o sabão, sabonete, biojóias e o azeite, além de licores de frutas. São produtos de comunidades tradicionais que representam a cadeia do agroextrativismo do babaçu”, destacou Valdener Miranda, gestor da Assema e integrante do Conselho da Rede Cerrado.
Com o tema “Pelo Cerrado Vivo: diversidades, territórios e democracia, o IX Encontro teve como objetivo chamar a atenção para as ameaças enfrentadas pelo bioma onde o desmatamento já atingiu 50% do seu território – 40% da sua área na atualidade é voltada para a atividades agropecuárias.
Como parte da programação, o coletivo de povos e comunidades tradicionais entregou a parlamentares na Câmara dos Deputados, uma petição com mais de meio milhão de assinaturas pela aprovação da PEC 504/2010, que transforma o Cerrado e a Caatinga em Patrimônio Nacional. A entrega foi feita na tarde do do dia no dia 11/09, Dia Nacional do Cerrado. À noite, no auditório do Complexo Cultural da Funarte, a abertura oficial do Encontro contou com a presença de produtores e movimentos sociais.
O evento também homenageou a quebradeira de coco babaçu do Maranhão, Maria de Jesus Bringelo, conhecida como Dona Dijé, liderança do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) e sócia-fundadora da Assema falecida em setembro do ano passado. O MIQCB também esteve presente no encontro e na feira com produtos das quatro regionais: Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins.