28 anos da COPPALJ: Resistência e protagonismo do agroextrativismo do babaçu no Médio Mearim

“O protagonismo desta história é das mulheres quebradeiras de coco babaçu. É assim que as pessoas caminham e é assim que as pessoas fazem história”. A afirmação foi feita pelo presidente da Cooperativa de Pequenos (as) Produtores (as) Agroextrativistas do Lado do Junco (Coppalj), Ildo Lopes de Sousa, durante solenidade de comemoração dos 28 anos da organização, ocorrido no último sábado, 27/04, em sua sede em Lago do Junco-MA.

Resultado da resistência e do empoderamento de centenas de famílias que vivem do agroextrativismo do babaçu na região do Médio Mearim, a cooperativa comemorou 28 anos neste mês de abril com uma grande festa. “Quero parabenizar a todo os sócios e a todas as pessoas beneficiadas indiretamente pela cooperativa”, disse Ildo Lopes.

As comemorações iniciaram com a celebração de uma missa em ação de graças pelos 28 anos da cooperativa. “Se a cooperativa completa hoje 28 anos, é porque as pessoas acreditaram que seria possível”, disse o celebrante, frei Patriarca, fazendo uma analogia com o evangelho do dia em que Jesus diz aos apóstolos para acreditarem e anunciarem a boa nova.  

Compareceram às comemorações as famílias de agroextrativistas sócios associados, dirigentes da associação em áreas de assentamentos no estado do Maranhão (Assema), organizações parceiras como o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), AMTR, Coopaesp, apoiadores como Actionaid, além de universidades. Também estiveram presentes o deputado estadual Adelmo Soares, o prefeito de Lago do Junco Osmar Fonseca dos Santos, e vereadores do município.

“Nesses 28 anos que a Assema vem trabalhando aqui na região, não poderia deixar de falar do primeiro resultado e indicador que é a segurança alimentar e nutricional das famílias”, disse o coordenador geral da Assema, Raimundo Ermino, destacando ainda outros princípios que a associação trabalha infraestrutura, agregação de valores, educação do campo contextualizada, a permanência da mulher e do homem no campo e a preservação dos recursos naturais. Raimundo Ermino também lembrou ainda a necessidade de unir forças em prol da preservação e conservação dos babaçuais na região. Por fim, ressaltou a felicidade de ser sócio e fundador da Coppalj e da Assema. “Nestes 28 anos de existência, presenciei momentos muito bons como este de crescimento e de expansão, de chegar no topo do que tínhamos planejados que era nossa produtividade alcançar 500 toneladas de babaçu e conseguindo mercados regionais, nacional e internacional”,  disse.

A Coppalj produz o óleo de babaçu bruto orgânico filtrado, sendo comercializado para a indústria de cosméticos nos mercados nacional e internacional, além da torta de babaçu usada para ração animal. No momento, está em fase final de implantação a sua unidade de produção de óleo refinado de babaçu, visando atender também aos mercados de alimentação e de fármacos, projeto em parceria com o governo do Maranhão.

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